NOVA SEÇÃO - OPINIÃO POLÍTICA - PELA MUDANÇA, FAÇAMOS NOSSA PARTE!

Amigos Leitores, a muito tempo venho pensado em novas seções para o BLOG DTUP, e como agora, com o TWITTER como parceiro para divulgar ainda mais nosso BLOG, espero mantê-lo o mais atualizado possível e sempre com posts relacionados a todas as seções, velhas ou novas.
Hoje, criamos no BLOG para vocês, a seção Opinião Política, que terá como missão, lembrar, a cada dia, cada um dos nossos Leitores/Seguidores, que, enquanto não aprendermos a votar será essa a palhaçada que veremos sempre em todas as esferas do poder político nacional.
Precisamos protestar, de alguma forma, e se não temos poder de união para buscar um interese comum, então devemos nos repensar como Nação! Começo a seção com a reprodução de um post do BLOG E Você Com Isso? do Jornalista Marcelo Soares, que fala sobre as pesquisas de opinião de voto e a antecipada corrida a sucessão presidencial, que foi destaque na imprensa no Fim de Semana Passado. Clique em Leia Mais... Leia, Reflita e deixe sua Opinião nos Comentários. Abraços!


A corrida de cavalo das pesquisas está a todo vapor no noticiário deste domingo. Pocotó, pocotó, pocotó, pocotó! O que você acha dela?

Já respondo o que eu, pessoalmente, acho: se você espera que uma pesquisa eleitoral a esta altura do campeonato vá prever o fim do jogo, está redondamente enganado. Quem lhe apresenta uma pesquisa eleitoral sugerindo isso está vendendo gato por lebre, por motivos bastante simples.

Um ano antes da eleição, os candidatos ainda não estão definidos e nem podem se definir. No Brasil, não existe a figura da pré-campanha, embora pré-candidatos façam campanha o tempo todo. Vide a onipresença da Dilma e as visitas do Serra ao Nordeste.

Nos Estados Unidos, um Obama pôde surgir porque existe a pré-campanha, as primárias. Um candidato pouco conhecido pode passar um ano se apresentando aos eleitores e disputando dentro do partido a preferência para concorrer. No Brasil, a decisão sobre quem vai concorrer cabe fundamentalmente aos caciques dos partidos.

O eleitor entra na brincadeira apenas como alvo de propaganda e sua opinião só começa a fazer diferença de verdade nos escassos dois meses da campanha eleitoral, quando ele pode decidir entre as alternativas concretas que se apresentam.

Depois de 13 anos observando eleições profissionalmente, posso dizer o seguinte: a propaganda eleitoral, que só acontece em agosto e setembro do ano da eleição, muda muita coisa. Candidatos desconhecidos se tornam um pouco conhecidos. Candidatos conhecidos queimam o filme. A briga de bugio rola solta.

Para que servem as pesquisas eleitorais a esta altura, então? Apenas para uma coisa: para verificar o quanto um possível candidato tem seu nome reconhecido pelos eleitores antes de poder fazer campanha oficialmente. Para QUEM servem as pesquisas eleitorais a esta altura, então? Simples: para os partidos e doadores de campanha saberem em que cavalos apostar suas fichas. Nada mais do que isso.

Não deixa de ser uma informação interessante de ter. O que me irrita muito, porém, é a ênfase que o noticiário dá às pesquisas a esta altura. Principalmente porque os candidatos não estão definidos.

Até 10 dias atrás, todas as pesquisas basicamente tentavam ver se a Dilma ou o Serra tinha mais chance de ganhar a eleição de daqui a 14 meses. Aí apareceu a chance de a ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, concorrer. A disputa mudou de figura, embora não tanto quanto pesquisas internas do Partido Verde indicavam. E até julho de 2010, quando começa oficialmente a campanha, mais algumas mudanças certamente devem rolar.

Pesquisa a esta altura, com a ênfase que tem, é um troço chato, monótono e inútil para o leitor médio, que não acompanha política como esporte e não está envolvido na vida partidária. Mas gasta-se bastante papel e tinta com isso. Mesmo sabendo que o que é mostrado com espanto agora não valerá mais daqui a pouco. Tipo isto aqui, de junho. Ou as pesquisas de 2006, que focavam no Serra até que os caciques tucanos resolveram pôr o Alckmin como candidato.

De qualquer forma, os últimos dias foram importantes para quem está começando a acompanhar política agora. Antes de mais nada porque mostraram que o cenário sempre pode mudar. Além dos candidatos de sempre pode haver outros, talvez interessantes.

Você pode discordar das posições políticas ou religiosas da Marina Silva. Eu tenho discordâncias especialmente em relação ao seu apoio ao criacionismo. Mas deve certamente concordar que a quebra da lógica binária "ou Dilma, ou Serra" faz bem à cabeça de qualquer um que não esteja na torcida organizada de algum dos dois.

Saber que há novas alternativas, e acompanhar o que elas têm a dizer, é muito mais importante do que seguir a mera corrida de cavalos das pesquisas. Que, vamos combinar, é um saco.

***

Seguem abaixo algumas sugestões de leitura, neste domingo ensolarado em São Paulo:

Revista Época: Sim, ela é candidata

Perfil da ex-ministra Marina Silva, pra conhecer melhor essa que pode ser a candidata correndo por fora. Vale a pena ler.

Artigo: Pesquisite e Democracia, de Orlando Tambosi

Mestre Tambosi, professor da UFSC, sempre tem algo interessante a dizer. Mesmo quando está a fim de provocar com a verve mais ácida possível, como costuma fazer em seu blog. Neste artigo, escrito para o Observatório da Imprensa em 1998, ele critica o uso abusivo das pesquisas eleitorais. "Reduzido a uma espécie de meta-eleitor, o cidadão já não é sujeito da iniciativa política, mas simples objeto de pesquisa", diz ele. Ou seja: o eleitor não precisa pensar. Ele precisa apenas reagir aos estímulos do marketing político, sua reação sendo sondada pelas pesquisas e moldando inclusive o que os candidatos irão dizer. É a pasteurização da política representativa em seu estado mais bruto.

Especial do Estadão: Força e vício dos partidos brasileiros

Quem são e o que querem os partidos que temos no Brasil? E o que você tem a ver com eles? O que está sendo proposto pra renovar esse quadro? São essas as perguntas que o jornal O Estado de S.Paulo tentou responder em uma série de reportagens.

Especial do O Globo: Democracia nas favelas

Sou fã, amigo e colaborador da equipe de repórteres do jornal O Globo que vem fazendo todo ano uma série sobre como é na prática a vida democrática nas favelas cariocas. Em 2007, eles fizeram a série sobre "os brasileiros que ainda vivem na ditadura". Nas favelas do Rio, direitos básicos são muitas vezes desrespeitados pelos comandos do tráfico e milícias. No ano passado, foi a vez da série "Favela S/A", que mostrava o quanto a economia irregular das favelas é lucrativa - e quem embolsa essa grana. Neste ano, eles mostram o que acontece nas favelas depois que o Estado as reocupa com a força policial. A vida não melhora muito, não, por mais que sempre seja meritório tirar os bandidos fora.

Livro: O fundo falso das pesquisas, de Cynthia Crossen

Editora do Wall Street Journal nos anos 90, Crossen resolveu olhar a fundo como são feitos os números com que nos bombardeiam de todos os lados. É uma leitura imensamente interessante. Não se trata apenas de pesquisas de opinião pública. O livro também fala sobre pesquisas científicas, tipo aquelas que uma hora dizem que ovo é bom para a saúde e logo depois são contraditas por outras que dizem que ovo é um veneno. Crossen aponta alguns fatores interessantes a observar em todas as pesquisas. A tradução não é muito boa, mas o conteúdo é ótimo.

Livro: O futuro da democracia, de Norberto Bobbio

O cientista político italiano foi um dos maiores pensadores da política no século 20. Em seus livros, ele procura escapar da lógica tosca da polarização para ver o que há de concreto no debate político. Neste livro, especialmente, ele planta um monte de minhocas na cabeça da gente. Em primeiro lugar: o que é a tal da democracia? Será que apenas votar é suficiente? Quando podemos dizer que melhorou a democracia? O que esperar de uma democracia representativa, como a que temos? O que esperar dos representantes eleitos? Ele não dá soluções prontas, mas dá ótimos caminhos pra quem quiser pensar no assunto fugindo das simplificações sempre tentadoras.




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